AS PEDRAS DE PARATY
Lílian Maial


As pedras de Paraty
ainda exibem a perplexidade
do mar que avança
do bêbado que disfarça
da mulher de rosa
do menino de pistola
do velho que esmola
do cão chutado
do barco ancorado
do olhar distante
da mãe insone
do pai que espanca
do irmão que mata
do sol que morre
do dia que nasce
e tudo continua igual.

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