Inesperado

Já se sente, mas não sabe.

Quando os olhares se encontram na foz de um rio sanguíneo, e o toque rasga e sangra a pele, mas a dor que emerge é apenas saudade.

Quando a vida pulsa no peito e os poros enchem-se de luz, enquanto o riso desabrocha e se exibe desnudo às ruas da cidade.

Quando a chegada muda o céu e os passos são passos de dança, e a noite, sozinha, é um véu cintilante que te cobre em lembrança.

Quando a ausência grita vontades e a mão desenha um poema; sem medo, de um aedo, um vate, que há tanto descansa suspiros no peito.

É a muda explicação que só o coração entende.

É dar, querer e gostar a troco de nada.

Quando se entra sem bater na porta,

é por que já fez morada.

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 23/01/2019
Reeditado em 28/01/2019
Código do texto: T6557742
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