Nas Sombras cinzas do Muro (O muro de ilusões desconstruído)

Travou uma batalha insegura do seu interior

Buscava esperança a laço

Estava lá no fundo

No que lhe havia de mais escuro

Tentou buscar outras zonas

Qualquer cor, mesmo pastel

Era uma súplica

Mas o sangue que escorria feito lágrima

Perfazendo o órgão vital

A afogava

(Mônica)

Tiro do mesmo escuro do peito a Emoção

Tão lúcida como um punhado de sangue esparso ao vento

Nos vendavais dispersos de pó cinza incolor

Embrulhados nas badaladas de agonia dos sinos…

A carne estar viva no claustro do total desalento

É castigo da impossibilidade de ser irreal

Como as sombras ocas dos gritos em batalha

Que provam que a dor é um elemento vazio

(Eu)

Um nó na garganta

A trazia de volta feito elástico

Eram muitos tons

Um infinito deles

No labirinto cinza em que se achava

Tentou resgatar sentimentos

Mas o mar morto por dentro

A devorava

(Mônica)

Na Ausência de imunidade à dor desincorpora

da realidade a possibilidade de ser feliz,

ciente que todas as borboletas rodopiantes

passaram pelo labirinto e pelo nó da garganta…

Ensaio entre meus lábios palavras de amor…

Meus dedos rasgados do mesmo sangue que lagrimeja

e te afoga, aprendem formas de desatar as emoções…

(Eu)

Tentou um sussurro

Mas não dava conta do muro

Que viu ali crescer

Tentou um pranto

Mas a dor era tanta

Que desafogou

Tentou um refúgio

Mas tudo era subterfúgio

Que se escondeu

Tentou uma corrida

Mas não alcançou na vida

O tempo que acorrentava

E na fuga que almejava

Daquela zona que não alcançava

Daquele tom que a ameaçava

Dos sentimentos que a ela ouriçava

Se entregou

(Mônica)

Tenho o rosto gretado do vento e das lágrimas

Por sentir do outro lado do muro o silêncio dos gritos

dessa dor infinita e inviolável das cinzas…

Mas fiz amizade com a maldita ausência,

Ganhei confiança com a dor e convencia-a

Que as paletas sonham além do cinza…

Minhas malas estão poe desfazer!

(Eu)

Era uma guerra de domínio

E sem controle

Quiçá dos sentimentos

Aceitou a realidade

Era de cinza que se vestia

E sem tons.

(Mônica)

Descobri que a noite é escura…

Que o labirinto é escuro…

Que a dor é escura…

As sombras são escuras…

A realidade é cinza…

Mas o muro não era indestrutível!

(Eu)

Mônica Cordeiro & Sessenta e Nove Sugestões Poeticas

Esta poesia foi escrita em “parceria” com a ilustre e talentosa escritora do recanto Mônica Cordeiro a quem agradeço.

Sessenta e Nove Sugestões Poeticas
Enviado por Sessenta e Nove Sugestões Poeticas em 27/03/2019
Reeditado em 27/03/2019
Código do texto: T6608639
Classificação de conteúdo: seguro