Soneto XVII

Quero que os vermes me comam a carne

Quero ser carniça para os urubus selvagens

Se tiveres um dia alguma vantagem

Sobre toda a minha arte.

Desejo a você toda a regalia que lhe é digna

Que esteja sempre ao meu lado

E se um dia eu estiver quieto e calado

Me deixe só! Eu e minha mente maligna!

Eu sou minha arte, minha arte sou eu

Sempre poeta sonhador, nem sempre ateu

Sempre tentando entender o coração.

Tudo que vem não vive, tudo que foi morreu

Meus escritos são eternos, diferente de você e eu

Nós logo morreremos, e fica minha maldição.