O Velho e o Tempo
O Velho e o Tempo
Sou um velho perdido no tempo
Como um juazeiro no tabuleiro do sertão.
Acotovelado no peitoril da janela
Sinto a brisa morna do entardecer
Afagar- me as pregas do rosto tostado.
Tenho a idade que o tempo determina,
E o soluçar do astro rei a despedir de do sertão,
Traz a dalva brilhante abrindo o cortejo
De miríades pra o anoitecer.
É uma aquarela imutável ao longo dos séculos,
E por trás do véu das eras,
Eu sou parte deste grande teatro mambembe,
Numa peça encenada para os deuses,
Que riem ao descer o pano, todo entardecer.
Fernando Alencar
15/11/2018
00:48hs.