Amanhã

Amanhã

O tempo passa, a vida foge

Amanhã é domingo

Amanhã é dezembro

Amanhã é o ano de

Dois mil e sessenta e nove

Amanhã minhas pernas não conseguirão

Escalar as montanhas, as cumeeiras do mundo

Não poderei fugir dos assaltantes

Da rua sete de setembro

Nem remover o lixo da praça do relógio

Terei mãos ressequidas até para o sinal da cruz!

Amanhã, palácios brilharão nas cidades

Para iluminar os mendigos nas calçadas

Para que servem os palácios?

Neste amanhã,

Feministas andarão nuas pelas ruas

Procurando um homem

Para copular

Amanha é um dia, depois de outro dia

Que não teve um ontem feliz!

Amanhã é o dia de fugir para marte

Em uma carruagem de fogo!