ENQUANTO POSSO

Os meus olhos se deitam

Sobre tua leve beleza

E dormem o sono daquele que se realiza

Vendo a neblina ondulando horizontes

Ao longe

Muito longe inacessível

No topo das serras e montes

Assim distante todas as cercas somem

Não existem divisas

Nem há limites

Apenas distâncias no bojo dos vales

E tudo o mais que a paz precisa

Para coexistir presente

Entre a liberdade e a mente

Aquele bom lugar existe

Tão perto de mim e longínquas

São as possibilidades

Que tenho de tê-lo

Nada é meu nem nosso

E sim passageiro

Por isso durmo meu olhar sereno

E sonho o paraíso

Enquanto posso