|LA| |PI| |DE|

Redes… sociais?

Mortos conjuram seus cantos balidos

encaram o vazio com a face sem cor

A chama se extingüe ao fim do pavio

sua boca sem verbo não mais louva a dor

E passam por eles os corpos sem vida

Ostentam e se orgulham da face sem rosto

Mascaram o passado fingindo p’ra o mundo

Provando do fel e mentindo o seu gosto

Se iludem nos dias contados em horas

Expõem pinturas de coisas banais

Escondem de si a alma que chora

Se enfeitam de glórias em busca de paz

A paz que lhe escapa nas buscas erradas,

Os erros que fazem e os medos que traz.

Coser sua mortalha que jaz enganada

P’ra ler na sua tarja a palavra jamais

Viver sem sentido sentindo desgosto

E ser para si razão de derrota

Procurando a paz no caminho oposto

Olhar para dentro e achar que não nota

Contar para o vento o todo que fiz

E achar que seus ecos, são aprovação

Negando a verdade de não ser feliz

Rezar no final e pedir seu perdão.