FOME

O barulho do alumínio atritado,

é miséria servida no prato.

Conspiração dos abdomens dilatados,

vomitando medo pelo mal pré-fabricado.

Um olhar de nojo que se lança ao faminto,

pois há que se ter desculpa pelo que é desgraçado.

A dor é culpa por Deus não lhes ter olhado,

e ao indolente proprietário, ter abençoado.

Mas o mundo é uma imensa cova rasa.

Não serve de adubo a boa intenção guardada.

A fome que hoje se vê saciada,

é ao custa da vida por outros negociada.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 23/06/2019
Reeditado em 23/06/2019
Código do texto: T6680106
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