FOME
O barulho do alumínio atritado,
é miséria servida no prato.
Conspiração dos abdomens dilatados,
vomitando medo pelo mal pré-fabricado.
Um olhar de nojo que se lança ao faminto,
pois há que se ter desculpa pelo que é desgraçado.
A dor é culpa por Deus não lhes ter olhado,
e ao indolente proprietário, ter abençoado.
Mas o mundo é uma imensa cova rasa.
Não serve de adubo a boa intenção guardada.
A fome que hoje se vê saciada,
é ao custa da vida por outros negociada.