BRECHAS

BRECHAS

Sob um azul profundo

Entre raios amarelos nem sei

Se estou feliz ou triste

Não dá tempo

Entre tantos ires e vires

Tantos sopros de absolutismo

Entre tantos ruídos e silêncios

Palavras e gestos

Rasos sem profundidade

Procura-se o infinito

Um buraco negro

Entre brechas de visão

Vazio, loucura, pureza

Tolerância, antagonismo

Quem sabe um pouco de tudo

Ou de nada

Apenas misteriosa caminhada

Por ruas sem saída

Frisson de invernos

Instalado pela angústia

Do porvir que agoniza

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/06/2019
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