PERDIDOS

PERDIDOS

Madrugada fria

Rua vazia

Silêncio ensurdecedor

Ronca um motor

Perdido na noite

Que já vai embora

Sem encontrar aurora

Após pernoite

Vai dormir pelo dia

Até quem sabe a Ave Maria

Para de novo ir ao encontro da lua

Na mesma rua

Fria vazia

Surda muda

Aguda

De estrelas sem pontas

Tontas de afrontas

Sofridas ao chão

Mortes sem perdão

Toca o sino da igreja

A sirene da ronda

Cabeças nas bandejas

Rolam em ondas

Atrozes vorazes

Incapazes de pazes

Nas ruas frias

Sem corações e orações

Em novos dias

Sem alforria

Entre muros prisões

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 07/07/2019
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