Inverno infraterno

A noite fria mais esfria.

Debaixo do banco da praça,

Um cobertor surrado cobre o morador de rua,

Que tenta imaginar que é sonho o gelo que adentra os ossos.

Passa depressa um homem que vai ver o jogo na tevê.

A linda moça passa, falando ao celular com o namorado.

Passa o agiota, passa o patriota.

Ninguém nada vê.

E o homem se congela.

E só se revela à morte silenciosa que chega.

Eta vida fria, meu Deus.