SÓ A NEVE É REALMENTE ETERNA
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Quanta neve caiu naquele inverno…
O dia sístole estranha, o pôr-do-sol
incerto. Meus olhos infância desalegre
balbuciando teu rosto sem sorriso
-eclipses d'intenso amar materno.
Na vazante da estréia da matéria
meus passos lutavam contra o piso;
um ressaibo triunfo primitivo
os insetos se abrasando na lareira.
Aéreo aroma de alforrias
antigas nossas salas fulgia
com suas promessas (lembra?):
debalde fogos, tímpanos, bodas…
salas sem fora e asfixia de festas!
O sol -amnésia pura- já descora,
o frio diz e aleija o meu caminho:
convém você na grama aqui bem perto,
muita neve está caindo nesse inverno…
Esse poema foi adicionado ao meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.