SÓ A NEVE É REALMENTE ETERNA

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Quanta neve caiu naquele inverno…

O dia sístole estranha, o pôr-do-sol

incerto. Meus olhos infância desalegre

balbuciando teu rosto sem sorriso

-eclipses d'intenso amar materno.

Na vazante da estréia da matéria

meus passos lutavam contra o piso;

um ressaibo triunfo primitivo

os insetos se abrasando na lareira.

Aéreo aroma de alforrias

antigas nossas salas fulgia

com suas promessas (lembra?):

debalde fogos, tímpanos, bodas…

salas sem fora e asfixia de festas!

O sol -amnésia pura- já descora,

o frio diz e aleija o meu caminho:

convém você na grama aqui bem perto,

muita neve está caindo nesse inverno…

Esse poema foi adicionado ao meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.

Richard Foxe
Enviado por Richard Foxe em 15/07/2019
Reeditado em 16/07/2019
Código do texto: T6696381
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