Quiça, um dia, pediremos conta!
Já pedi emprego com a humildade
De quem precisa de uma esmola
Com a necessidade de criança sem escola.
Já fiquei calado tendo muito a dizer
Passei por censura
Ditadura
Dedo-duro
Ameaça!
Ossos difíceis de roer.
Entretanto, sobrevivi a esses intempéries,
A uma série de ladrões deste País.
Daqui pra frente não peço nada mais.
Não tem arrego.
Mando é bala. Minha arma, a palavra.
Fora larápios da saúde, burocratas partidários,
Ladrões magnatas.
Os do esquema da merenda,
Os que acabaram com a País,
Os nepotistas e juízes que vendem sentenças,
Os crentes de ocasião
E os que justificam roubos por conveniência...
Como diria Cândido Portinari:
"Chegará o dia em que se pedirá conta:
Das filas de leite com água,
Das filas de pedir água",
Da fila humilhante do desemprego.
E não terrá arrego.