Eternos
Aguardo submerso no silêncio do tempo
O fim da loucura irreversível dos homens,
Quando por fim terei o controle do trem
Do meu destino que viaja nas dobras do tempo.
Atravessam as eras litúrgicos cantares
E a no riso dos querubins
O segredo que abre os sacrários
E são levados pela eterna brisa
Que sopra na boca dos oráculos.
Tempo, interminável transcorrer de momentos
A eterna passagem do silêncio enraizando
Eternidade nas estrelas que se escondem,
E de outras que emergem na esteira do tempo.
O eterno cantar dos ventos traz
De muito longe as afiadas garras do tempo
Que marcam as montanhas
E me deixam rugas na face.
A no suplício dos mares e montanhas
Que conhecem a força e o significado do tempo
As feridas da natureza, que finalmente cicatrizaram
Quando passar o tempo do homem.
Então vestido pela eternidade ouvirei o canto do mar
Não mais sentirei as garras do tempo
Nem o suplício dos mares e da natureza,
Quando finalmente cantarei
A liturgia dos sacrários pela eternidade.
Fernando Alencar
Texto do livro Poemas e poesias, inédito.