Eternos

Aguardo submerso no silêncio do tempo

O fim da loucura irreversível dos homens,

Quando por fim terei o controle do trem

Do meu destino que viaja nas dobras do tempo.

Atravessam as eras litúrgicos cantares

E a no riso dos querubins

O segredo que abre os sacrários

E são levados pela eterna brisa

Que sopra na boca dos oráculos.

Tempo, interminável transcorrer de momentos

A eterna passagem do silêncio enraizando

Eternidade nas estrelas que se escondem,

E de outras que emergem na esteira do tempo.

O eterno cantar dos ventos traz

De muito longe as afiadas garras do tempo

Que marcam as montanhas

E me deixam rugas na face.

A no suplício dos mares e montanhas

Que conhecem a força e o significado do tempo

As feridas da natureza, que finalmente cicatrizaram

Quando passar o tempo do homem.

Então vestido pela eternidade ouvirei o canto do mar

Não mais sentirei as garras do tempo

Nem o suplício dos mares e da natureza,

Quando finalmente cantarei

A liturgia dos sacrários pela eternidade.

Fernando Alencar

Texto do livro Poemas e poesias, inédito.

Fernando Alencar
Enviado por Fernando Alencar em 12/08/2019
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