ALGARAVIA
Esbarro nos cinzas mornos da quase primavera
desta tarde novíssima, ainda repleta de meio-dia,
e que traz, travestida, aquela suave linha amarela
ou o bege brilhante do risco do asfalto da Avenida
Rio Branco. Toco nos monumentos e teço a algaravia
de versos que se camuflam na fuligem das esquinas
da Sete de Setembro. No pó do Paço. Na Confeitaria
Colombo. As veias das ruas pequenas e escondidas.
Vejo os meninos impuros cheios de pedras na escadaria.
Um Aterro quase de Lapa. O Rio duplica a minha ferida.