1964

Naquele tempo eu não sabia o que era uma alvorada.

E em Dona Aurora, eu só via a mulher séria,

Ensinando todas as matérias.

Sem atrasar um minuto,

Todo dia ela chegava e ensinava, e ensinava,

E ia arando os campos de nossa ignorância.

Sem sorrir, sem nos dizer para que aprendíamos.

Eu não era de apelidar ninguém,

Mas podia ter pensado nela como Aurora-Alvorada.

Dona Aurora foi minha primeira professora de medo.