Vale encantado.

No vale do reino encantando

Não tinha asno, nem anjo quebrado

Só viam-se princesas perdidas num sapatinho de cristal

E sapos vestindo metros e metros de água

Em meio os montes amontoados

Uma faca ensangüentada

Era ela que tinha aguado sua dádiva do amor

Seu presente maior, seu ardor.

Mal sabiam que no vale do reino encantado

Quem dormia, não era mais acordado

Num dia feliz acordaram-me todo amargurado

Era o céu sem Deus e o Inferno sem Dante

E eu ali esperando a valsa do adeus

E nada de um pé me calçar.

Diogo E. de Castro