PARVO

Confio em tudo que vejo

Não mais tenho opinião

Confio no anjo do medo

Nas notícias da televisão.

Confio nos homens elejo

No que está escrito no pendão

Na verdade que sai do congresso

Nos filhos da corrupção.

Confio na cega justiça

Na balança que carrega na mão

Acredito que é a mesma medida

Para todo e qualquer cidadão.

Acredito no juiz, na polícia

No que vem da instituição

Das abóbadas invertidas

No comando da nação.

Eu creio em quem me conduz

Aos braços do Deus, criador

Na pregação com isenção

Do humilde preceptor.

Acredito em tudo o que dizem

Ao vivo, em verso ou em prosa

Mas tenho uma só certeza

Sou um perfeito idiota.