Acesso de alegria
Amanheci de quina pra lua
Braços frouxos e cara lavada.
Querendo novidades, fui pra rua
Com cara de aparvalhada.
Tinha na face um riso plástico,
Pensamentos alguns, distantes.
Não era ali do tipo clássico;
Lunática talvez sem atenuantes.
A rua era pouco, o infinito talvez
Pra curar outro acesso de rebeldia;
Não espantava mais minha nudez
Em cada esquina havia nova folia.
O que eu não sabia era da hipocrisia
Que rondava as falas da multidão
Tomados de pavor pela minha alegria;
Envenenavam às escondidas meu coração.