Acesso de alegria

Amanheci de quina pra lua

Braços frouxos e cara lavada.

Querendo novidades, fui pra rua

Com cara de aparvalhada.

Tinha na face um riso plástico,

Pensamentos alguns, distantes.

Não era ali do tipo clássico;

Lunática talvez sem atenuantes.

A rua era pouco, o infinito talvez

Pra curar outro acesso de rebeldia;

Não espantava mais minha nudez

Em cada esquina havia nova folia.

O que eu não sabia era da hipocrisia

Que rondava as falas da multidão

Tomados de pavor pela minha alegria;

Envenenavam às escondidas meu coração.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 06/10/2007
Código do texto: T683528
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