ABSALÃO - parte 2

Na solitude do seu erro natural,

Foi inconstitucional sua mensagem para o povo.

Dizendo: "quem dera alguém de fato amasse,

E solícito reinasse,

Criando um partido novo."

E devagar,

Qual lesma a derreter no sal,

Abdicou-se da moral,

Cristalizada na infância,

E pouco a pouco,

Construiu o seu império,

E o primeiro ministério,

Foi CONTRA SEU PAI, VINGANÇA!

Davi saiu,

Corrido as pressas de sua terra,

Temendo que houvesse guerra,

Contra o seu próprio filho.

Triste pra ele que quando em Bate-Seba,

Sua carnalidade o cega,

E o fez desviar dos trilhos.

Infelizmente colheu tudo o que plantou,

Pois agora o jogo virou,

E era outro que reinava.

O rei Davi, que as ocultas transgrediu,

O próprio Deus permitiu,

Sua sentença ser as claras.

Porém o tempo...

Traz... a tona o que é e o que não é.

A palha queima.

Pode haver teima,

Mas a Babel não poderá ficar de pé.

Aitofel teve o conselho negado,

E o de Husai foi acatado,

E a guerra declarada.

Joabe, mesmo com a ordem de Davi:

"Traga vivo o meu filho aqui",

A teve como ignorada.

ABSALÃO que tanto amava seus cabelos,

Viu neles seu desespero,

Ao num galho se ver preso.

Joabe então matou o jovem a sangue frio,

E o coração com todo o brio,

Teve o feitiço a si mesmo.

Davi agora, chora a perca do seu filho,

Da família foi-se o brilho,

Na ruína do monarca.

Só me pergunto:

"Se ele que amava a Deus,

Será que nunca ensinou os seus,

A se alegrarem com a arca?"

Em resposta ao desafio do excelente escritor, mestre e sumo poeta CJ OLLIVEIRA.

Obrigado pelo incentivo, querido.

Leandro Severo da Silva
Enviado por Leandro Severo da Silva em 24/01/2020
Reeditado em 24/01/2020
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