Vales

Meu Vale, vale!
Valeta em córregos tantos
pecados em Todos os Santos.

Vale vida vale morte
da cidade ao milharal
vale um vale refeição
vale um caminhar ao norte
não vale mais um um tostão.

Vale um vale transporte
que leva meus pés à sorte
sorte de médio porte
sonho sobre o natural
desafio que sorri
num só mote, Mucuri.

Vale um sonho doce
de leite ou de goiabada
do amor, quase uma posse
o fumo, a palha, a tosse,
morte no canavial
cigarro es arro precoce

Vale o gado, vale o milho
a praga dos carrapatos
o mal do mal dos sete dias
da vida, acrobacia
valha-me Virgem dos partos.

Vale o fantasma do trilho
o cupim na Estação
roendo meu coração
em palanque nacional

Vale mesmo um pé na estrada
e uma dor de matar
vale amor de retornar.

Porque estes Vales,valem
de valer a mais além
vale livrar-nos dos males
por séculos e séculos,
Amém.
Elane Tomich
Enviado por Elane Tomich em 08/11/2005
Reeditado em 18/12/2013
Código do texto: T68803
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