FÊNIX

FÊNIX

Traindo os meus sentimentos

Uma lágrima distraída

Em queda involuntária

Não passou despercebida

Uma discreta mão aflita

A queda interrompida

Afugentava triste, a ferida

Aberta no coração

O desejo outrora incontido

Acolhido em braços ardentes

Descobriu-se afeição fraterna

Um zelo pelas sementes

Recorri às gavetas do tempo

Desarrumando toda memória

Um ponto por mais que distante

Somente despertado agora

A lua, o primeiro encontro

O som, a buquê, a poesia

As brigas sem importância

Que não destruíram a magia

Desci ao fundo do poço

Cai muito abaixo do chão

Definhei entre quatro paredes

A vida sem solução

Mas eis que o peito teimoso

Se abre a nova paixão

Porque o amor nunca morre

Só muda de coração