Soneto XXIII

Imagina, garota dos meus tormentos

Se o amor que eu sinto e você não vê

Um dia se revolta contra você

E passa a ser ódio em todo momento

Eu não mediria meu ódio perverso

Como também não medi meu amor

É livre a dimensão de prazer ou de dor

É livre o mal, em meu rosto ou em meus versos.

Imagina, garota, se eu fosse esperto

E quisesse à você tudo o que merece

Eu não ficaria mais um segundo perto.

Se esse amor, esse mal que me enlouquece

Te dar um golpe que pegue certo

Tu morre, e por amor, meu coração te esquece.