Ócio do tempo
Na sonoridade do silêncio,
No burburinho da mente atenta,
Ainda que quase adormecida,
Consigo perceber os pássaros que voam ao entardecer.
Eles, os pássaros, se apressam em retornarem antes da escuridão.
Ao longe, o murmúrio suave das ondas que tentam matar o ócio.
O doce cheiro vindo do mar.
Saudade da areia que também sente falta dos seus passos...
Tudo nos leva ao atalho do passado,
Que o tempo cisma em ocultar,
Como lobo solitário, longe da matilha.
Na verdade, não são saudades do passado,
É a constatação da falta de nós mesmos naquela época.