Soneto XXIV

Que juiz, ó proliferador, tu ousas ser?

Se ti não tens nem mesmo o dom de amar

Se ti, até a morte, por farsa viverá

Ó proliferador, quem és pra me julgar?

Quem és tu, pra dizer ser verdade?

Quem não troca de roupa para mentir

Teu único dom, é o de persuadir

Tua maldita frieza não há de me servir.

Que juiz, ó proliferador, tu ousas ser?

A quem tu ama? a quem garante felicidade?

Teu medo lhe garante o teu comer

Quem és tu, pra dizer ser a verdade?

Se come por teu medo, mente pra beber

A quem tu destinas tanta crueldade?