EU CORIFEU

Luzes! Versos incandescidos coriscam de um lado a outro
Lazeres afinados rasgando as almas embevecidas de luar·
Projétil mortaL, perfurantes palavras, lavras borbulhantes
A poesia a devassar o proscênio exibindo a sua luxúria.

Mas, qual drama trágico onde a dor vigora triunfante e dura
Eu Corifeu, peito rasgado, voz embargada confronto o coro
Ecoou  o verso na arena atravessando os portais da história
Empunhando a adaga silente, rasgo o véu, e a cortina cai.

Desperto numa estrada longa e empoeirada, bifurcada.
Os latidos do cachorro longe, talvez na curva do riacho
Percebo o calor do sol na pele e acorda meus sentidos

Recolho do chão os meus papéis soltos que o vento levanta
Os versos apenas os meus, levados embaixo dos braços
E deixo os de encantamento que ficaram na quarta
parede.                                                                                                  


By Arthur Ghuma

Canal no YouTube: Malambadoce