GRAVIDADE

Gravidade

Mais um cristal parte-se

E eu sou todo, sendo metade

A inexprimível arte

De estar sem pertencer

Mais uma luz apaga-se

E eu sou tudo, sendo nada

A inconsciente arte

De acreditar sem entender

Mais um deserto abre-se

Asfalto, tédio, paisagem

A inconsciente arte

De ser tudo, menos eu

Outra vez a chuva

o vapor feito pluma

A inexplicável arte

Do eterno terminar

Mais uma fonte nasce

Entre todas as impossibilidades

A imprecisa arte

De o fim recomeçar

Mais um universo nasce

A síntese de um milagre

Da incompreensível arte

De ser tudo, sendo parte

Franciane Cruz
Enviado por Franciane Cruz em 12/11/2005
Reeditado em 28/01/2007
Código do texto: T70580