GRAVIDADE
Gravidade
Mais um cristal parte-se
E eu sou todo, sendo metade
A inexprimível arte
De estar sem pertencer
Mais uma luz apaga-se
E eu sou tudo, sendo nada
A inconsciente arte
De acreditar sem entender
Mais um deserto abre-se
Asfalto, tédio, paisagem
A inconsciente arte
De ser tudo, menos eu
Outra vez a chuva
o vapor feito pluma
A inexplicável arte
Do eterno terminar
Mais uma fonte nasce
Entre todas as impossibilidades
A imprecisa arte
De o fim recomeçar
Mais um universo nasce
A síntese de um milagre
Da incompreensível arte
De ser tudo, sendo parte