Perdoa a minha falta 
de  poesia ...





Não superficialmente, vai mais fundo e solta suas
mágoas, dúvidas, questiona o que nele se reflete.
Através do irrefutável olhar, sabe o que é de verdade
ou não... É isso o que sou diante do espelho.
... O espelho assume os nossos papéis, age onde
não queremos reagir, ressalta o que está em nós,
e o que está no outro, sem amenizar ou mentir.

Ele é fiel, é o que temos de real, a ele eu daria outro
nome, o chamaria de tempo, que colhe a nossa fúlgida
essência, mesmo por instantes, ele chega à ler nossa
intuição, ele entende os planos do destino, sabe as suas
respostas, conhece as suas tristezas mais ocultas,
dele você não se esconde, ou foge da razão.

Diante do espelho, você pensa e reconhece o amor
onde ele habita, sabe da sinceridade das flores que querem
ofertar, e das palavras em vão. Enquanto a beleza para
todos se esvai, por mais dinheiro que se tenha, ele não faz
disfarçar o tempo em sua transformação.

Um dia irá chegar em que diante do espelho,
toda a poesia será silenciada, sem magia, sem fantasias,
os ouvidos se fecharão, e por mais que gritem,
tudo será irremediávelmente esquecido, longe até mesmo
do espelho, que perderá a sua importância, quiçá
haverá em sua consciência, alguma lembrança.


 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 25/10/2020
Reeditado em 25/10/2020
Código do texto: T7096002
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