Só sei que vivi e rimo o viver.

Nasci, e no aconchego paterno dum abraço não estive.

Quis ter uma mátria carinhosa não tive, não a conheci.

Quis ter uma infância de alegria e fantasias não tive.

Mas somente a duras realidades e sem sonhos vivi.

Cresci me enamorei, me apaixonei, amei, sem amantes.

Dei de mim, dei amor, carinho, mas para ágio comércio,

Do humano querer não reluziu como ouro ou diamantes.

E fui, pois não quis comprar o amor com o frio sestércio.

Mas, mesmo assim tive filhos caros raros que se foram.

Talvez eu tenha errado em ser amante e em ser pai.

E hoje o poeta rima o passado que o presente, decoram.

Rimas de amores e sonhos da vida que segue e se vai.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 15/11/2020
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