Vaidades de vaidades ou vidas em amor.

Na vida vivida corrida, tudo se foi no tempo.

Alguém um dia me disse te amo, tanto, tanto.

Mas o tanto, no entanto findou no destempo.

Chorei, enquanto outros riam do meu pranto.

Na vida corrida vivida tive amigos, colegas.

Que se diziam fiéis e leais companheiros.

Mas em sua pandora guardavam as pegas,

E na hora da dureza se foram bem ligeiros.

Na vida corrida vivida tive parentes, família.

Que me abraçavam cheios de amor e riso.

Mas cada deslize, cada tropeço foi quezília.

Para o fio do machado do seu verdugo juízo.

E hoje olhando o tempo ido do que não ficou.

Entendo o dito do sábio: tudo é hebel, habel.

Hálito vapor que finda no tempo que se soprou.

E no mar da vida somos um pequeno batel.

Com duas rotas a seguir; ir, a chorar o desamor,

E naufragar na ilha da morte que tudo finda.

Ou espalhar pela vida corrida o ágape amor,

Que nos levará a ilha zoé, onde a vida é infinda.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 16/11/2020
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