COMO A ABELHA E O SOLDADO!

À boca da noite o candeeiro contorce

A gravidez do granito!

E uma brisa álgida esvoaça meus cabelos de vento;

Faz-me vomitar o veneno das bruxas do amanhã,

Dispostas nos muitos casebres esquizofrênicos.

De um chão de nervos acidentados,

O soldado ferido recolhe uma folha de gente amarga

E oferta à abelha contundida

Como sendo o lagrimar de sua última derrota.

Ah! Como a abelha e o soldado jazam-se infelizes!

Ambos anseiam alimentar-se de vida: Vida sim!

(Apesar de revividas)

Feitas de pequenas e dóceis cancelas de tempo,

Onde o viver (um dia, somente...)

Já não suporta o vício

De outros tantos amanhãs anêmicos.

....................

Sob testuda claridade,

Porque livres das dores e dos mistérios inumanos,

Abelha e soldado correm soltos e anestesiados,

Regozijam-se na hora dos corpos revirarem-se!

Seguem nus e desprovidos de lembranças,

Deslizam na imperfeição humana

Com este sol do parapeito nos tapumes

E esta friagem de supinos estoques de inverno...

Com os gelos dos prados

Alimentam suas vidas nos caminhos imaturos.

Abelha morre? Não morre!

Soldado morre? Não morre!

E a cada paragem se recusam cair; morrer.

É a hora da travessia!

....................

O bote do meu lago lhes conduzem,

Ao outro lado.

Oh! Sereia de olhos eletrificados!

Enquanto abelha e soldado abraçados, frientos,

Procuram o caminho dos teus seios lactados.

Arquitetas assim o ancoradouro primaveril

- O suprimido pouso dos eleitos:

Dá-lhes duas orquídeas selvagens para as porem

Nas suas lapelas de carne.

Vêm à tona e vê a afetuosa confraria:

Os nossos heróis salvos e recomeçados!

Ah! Esta passagem de vitoriosos agora é-nos

Esplêndido arquétipo da nossa

Própria coexistência!

Benny Franklin
Enviado por Benny Franklin em 26/10/2007
Código do texto: T711484