COMO A ABELHA E O SOLDADO!
À boca da noite o candeeiro contorce
A gravidez do granito!
E uma brisa álgida esvoaça meus cabelos de vento;
Faz-me vomitar o veneno das bruxas do amanhã,
Dispostas nos muitos casebres esquizofrênicos.
De um chão de nervos acidentados,
O soldado ferido recolhe uma folha de gente amarga
E oferta à abelha contundida
Como sendo o lagrimar de sua última derrota.
Ah! Como a abelha e o soldado jazam-se infelizes!
Ambos anseiam alimentar-se de vida: Vida sim!
(Apesar de revividas)
Feitas de pequenas e dóceis cancelas de tempo,
Onde o viver (um dia, somente...)
Já não suporta o vício
De outros tantos amanhãs anêmicos.
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Sob testuda claridade,
Porque livres das dores e dos mistérios inumanos,
Abelha e soldado correm soltos e anestesiados,
Regozijam-se na hora dos corpos revirarem-se!
Seguem nus e desprovidos de lembranças,
Deslizam na imperfeição humana
Com este sol do parapeito nos tapumes
E esta friagem de supinos estoques de inverno...
Com os gelos dos prados
Alimentam suas vidas nos caminhos imaturos.
Abelha morre? Não morre!
Soldado morre? Não morre!
E a cada paragem se recusam cair; morrer.
É a hora da travessia!
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O bote do meu lago lhes conduzem,
Ao outro lado.
Oh! Sereia de olhos eletrificados!
Enquanto abelha e soldado abraçados, frientos,
Procuram o caminho dos teus seios lactados.
Arquitetas assim o ancoradouro primaveril
- O suprimido pouso dos eleitos:
Dá-lhes duas orquídeas selvagens para as porem
Nas suas lapelas de carne.
Vêm à tona e vê a afetuosa confraria:
Os nossos heróis salvos e recomeçados!
Ah! Esta passagem de vitoriosos agora é-nos
Esplêndido arquétipo da nossa
Própria coexistência!