Poema 0189 - Volúpia

A noite é o líquido da minha sede,

o agridoce dos meus sabores,

transformo-me em amante,

mistura de amores e desejos,

destemperando minha pouca lucidez.

Quando a noite vem, sou carne,

avisa teus carinhos a nossa hora,

espero o amor na beira da cama,

podes gritar qualquer nome,

teu corpo conhece o meu.

Penetro os olhos entre tuas coxas,

como se invadisse o sexo faminto,

teus cheiros se espalham sobre o meu corpo,

como se roubassem minha alma nua,

sugando-me e esvaziando minhas vontades.

Quando outra noite vem, somos amantes,

as carnes se misturam num cerimonial,

os gestos são fortes, sonhos decididos,

corpos exageram nas aberturas e gemem,

o amor fica na beira da cama, em nós o prazer.

26/03/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 20/03/2005
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