Reflexiva meditação

O céu não saiu de sua toca,

a noite não teve fim, o dia não nasceu,

nada mudou, o mundo continuou

apostando nas dores dos corpos ardente em chamas,

os anjos e demônios se viram perdidos

na regra da vida.

Acordei mais velho, mais moço,

mais racional e radical nas proporções

afugentadas por cada um.

Hoje as roletas russas não anunciaram

nenhum ganhador, só as flores

dos campos esverdeados apostaram

no numero um das agonias estacionadas

em praças publicas.

O sorriso embalado da menina

que não conheci criança,

se fez belo e branco no habitat natural,

do véu dos sonhos da sua inocência,

da sua lógica e nativa infância.

Hoje vi e senti as sete dores de Maria,

a luta de José, o luto de Cristo,

derramado por muitos,

sem a remissão dos pecados.

A risada amarelada sem saber

dizer se é verdade ou não,

a crucifixão aos olhos de hoje,

dos poetas jogados por ai,

em memória de mim.