Eu alado

A voz clareia o dia,

Os sentidos seduz canções,

Os escritos contam histórias

Que deságua em leito férteis.

O beijo dado carimba o momento,

A fé sentida suscita a força ,

A certeza em mim relaxa os músculos,

O encontro intrínseco me leva ao alto.

Recomeçar é tudo que amo,

Repensar sobre o mundo dos desenganos,

Ser uma alma limpa sem abandono,

Um ser alado livre da falta.

Hoje vejo-me por vários recôncavos

A desfazer os nos e mudar as páginas

Em livre voo entrar nos templos,

Visitar os monges da babilônia.

Meus olhos negros são translúcidos,

Reflito a prece que faço em mente,

Trago a paz do Ocidente e os mistérios

Do Oriente.

A boca reprova a canção de ódio,

O amor incendeia os quatro cantos,

Abraça vidas distantes,

E aumenta os laços sem contigentes.

Assim cresço verticalmente,

A buscar a dimensão do bem maior,

A sabedoria dos imortais e a riqueza

Dos quatro ventos.