TESTAMENTO
Demétrio Sena - Magé
Eu entendo de fins como a dor de gemidos,
vejo adeuses nos olhos distantes ou perto,
quando vejo cupidos percebo que que trazem
algo além de seus arcos e de suas flechas...
Sinto cortes ou fendas que sangram de mágoa,
lá nos risos e surtos da felicidade,
leio a queda no ato em que se traça o voo,
como tenho saudades de quem não partiu...
Minha vida se fez entre os muros da morte,
jogo a sorte no sonho que trago acordado,
meu futuro é passado já desde o presente...
Sei andar iludido e saber da ilusão,
pois entendo que amar pode ser solitário,
perder chão é rotina dos meus pés descalços...