COMPREENSÍVEL
Eu amava a tua carne,
Mas, também a tua alma
Que não me compreendeu...
Eu amava o teu corpo de menina,
Todos os teus perfumes,
O teu modo de andar,
De falar,
De sorrir,
De pentear os cabelos...
Eu amava arrepiar os teus pelos
Despentear os teus cabelos,
Cheirar todo o teu perfume
E sentir o meu traço misturado ao teu
E a tua pele alva como se fosse a minha
Pelo menos por um instante,
Aquele instante que me lembra que
Eu amava a tua carne
E também a tua alma
Que não me compreendeu...
Menina, o corpo não era tudo...
Nem eu era só o teu namorado,
Eu a amava além dos teus sentidos.
Atrás da tua pele alva estava a tua alma
Tão alva quanto, mas, tu não a percebia
E a via sempre como algo a esconder de mim...
Menina, a minha alma tem asas fortes e me protege,
Em que pese o peso do corpo ela o arrasta para longe, bem longe,
Até que parou de chorar a ausência do teu...
Hoje eu sei que elas andaram conversando por aí,
Cicatrizando feridas, cochichando nos nossos ouvidos
A palavra perdão – Menina, as nossas almas se protegem...