Por vingança

LHenrique Mignone/Maria Helena Castro

Serei como o sândalo que perfuma

A lâmina do machado que o corta

E terei minha alma sempre morta,

mas não me vingarei de coisa alguma

Se um dia perdida em meio à bruma

resolveres bater a minha porta...

Mesmo que possa parecer pura vingança

Serás acolhida como a criança

Separada dos pais e ora retornada

como o filho pródigo que entre beijos e abraços

É de novo acolhido em meus braços

Ansioso por ouvir de sua longa jornada.

E ao invés de qualquer reprimenda por teu feito,

dormirás de novo em teu leito, como antes

Lembrando o tempo em que éramos amantes.

Em troca dos desgostos que porventura me deste,

mais carinho terás do que porventura tiveste;

com os beijos que me deste multiplicados.

Para os que retornam pelo amor vencidos,

A vingança maior de quem foi ofendido

é saber perdoar quem lhe há um dia ferido.

LHMignone e Maria Helena Castro
Enviado por LHMignone em 16/03/2021
Reeditado em 16/03/2021
Código do texto: T7208516
Classificação de conteúdo: seguro