para além das lápides de mármore

quando eu morrer

por acaso digam gênio,

mas não digam gênio,

digam homem...

e se gênio mesmo não couber dizer de minhalma errante,

ainda assim digam homem,

e digam foi poeta

e morreu de tristeza,

contudo, foi homem,

e ainda hoje é homem,

mesmo entre vermes

e flores que tremem de medos

e arrebatamentos,

foi homem

como quem adormece na turba

e depois sonha

e por fim não é mais nada.

nada que não seja homem.

homem e mais nada.

(andré boniatti, 26/11/2004)

andré boniatti
Enviado por andré boniatti em 08/11/2007
Código do texto: T728530
Classificação de conteúdo: seguro