Vida nocturna das árvores
Imagino a vida nocturna das árvores,
Que saem como aves das raízes,
Voando almas, libertando-se da matéria.
Multiplicando deuses, exalando sonhos.
Voam livres de um canto contido,
Do que vêem do que ouvem do que sentem,
Dum saber infinito da espera, da testemunha.
Ou não sentem? Ou não vêem, ou não ouvem?
E o seu voo nocturno é uma metáfora
De um lamento,
Como eu no sofrimento.