FIM DO NÓ

Ela, quando me viu, riu.

Quando a vi, feito um belo Saci,

pulei numa perna só,

desatei o único nó

que impedia o livre voar do meu coração,

ave que trago no peito,

dei um rasante de paixão,

queria ter uma flauta em fá,

sair deste zoo lógico,

os animais sabem brincar,

minha estrutura sobre o esqueleto,

minha loucura, reinado imperfeito,

o amor, quando vem,

traz a saciedade que a alma pede,

a solidão, convencida, cede,

o amor entra, senta,

pede uma poesia,

bebê o sol, come o dia.

Cabe num hino

o átomo do amor

canta menino