Calejado
O inocente inicia o ciclo
E logo deixa de sê-lo.
E morrendo em experiência,
Abraça a descrença,
Rindo de alheios apelos.
Outro inocente aparece
Por desertas ruas.
Tantos olhos observam,
Esperando que lhe sirvam
As negadas culpas.
Ali, sempre um incauto
Que perderá o encanto.
Nem todos lágrimas;
A maioria, ranço.
E a inocência foge
Também o faz o desejo,
Deixando um vazio
A ser ocupado de malícia
Que aproveita ensejos.