SUAVE

Suave

a boca semi-aberta

brinda minha língua

ao sabor dos lábios.

Quietos

dois seios colados

guardam meu peito

no suor dos abraços.

Entontecidos, frágeis,

bicos brincam com lábios

parasitas que amamentam

beijos que vêem o céu de língua

despindo a fenda de todas as bocas

que torturam a fera de crina indomada.

Emocionada, domadora,

umedece a potência do grito

aquieta o intrometido enrijecido

desgrenha todos nossos cabelos

visíveis e improváveis em carinhos

que misturam o amor e o imprevisível.

Dá-me um beijo profundo de boca,

sinta-me completo dentro do teu corpo

enquanto gozamos de línguas escondidas.

Beija suave depois,

se puder!...