PALAVRAS QUE NÃO AFETAM À VIDA
Eu não sou do teu passado,
Banido pelas quatro estações,
Desvairada dos teus seios,
E lançado por tua língua.
Eu não sou o teu presente,
Nascente,
Indecente,
Escaldado no fogo agonizante.
Não te conheço,
Debruço sem mangas,
E descalço,
E inexistente.
Eu sou o teu futuro,
Que jamais sonhastes,
Eu sou a tua luz,
Que nunca te amanheceu,
Eu sou a tua noite,
Que outrora não te adormece,
Pirilampos, voam, voam,
Grilos saltam,
No universo que não é perdido,
Mas, a vida não é assim.
O teu mundo não existe,
Nem os insetos ou quirubins,
Sabem da tua existência,
Por não ter formas e nem origens.
Salteados e apressados,
São as flores abstratas,
Sem cheiros e sem máculas,
Transmissões da tua nostalgia.
De um ser humano,
Com formas anatômicas,
Porém, sem nenhum conceito,
Racional de civilização.
Não me deves machucar,
Sem me conheceres,
E ao mesmo tempo,
Sem me ter visto.
Eu não sou o que pensas,
Assim como jamais imaginei,
Qualquer coisa contra ti.
Vai-te feliz!
Que Deus ilumine,
O teu pensar irrefletido,
Não tenho defesas,
E muito menos vou impugnar,
Segues as tuas sombras,
Somente elas podem te acompanhar.
ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 21/11/2005
Reeditado em 21/09/2011
Código do texto: T74413
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