Linhas da Face

 

Linhas abertas, frouxas e largas.

Linhas fechadas, amadas e frias.

Mãos abertas, grandes, fartas, soltas

Na tua face correm rápidas e fortes.

 

As dores que retratam teu rosto

Marcam diretrizes que não morrem.

No sul do tempo, no leste da sorte

As minhas mãos seguem no teu destino.

 

A sede cata o momento em que as mãos

Tocam, agasalham ou cortam.

Há linhas escritas de carimbos e marcas.

 

A sede, a fome cruzam e faz histórias

Em que navego entre sorrisos e brejos

A despertar as noites nas luzes dos olhos.

 

A fome, a sede de tudo que desprende

E se afasta, foge ao alcança das minhas mãos

Encolhe e cala e depois enrugam a razão.