Viagem a mim mesmo

Como pensamento que se forma em minha mente

A realidade se desfaz em minha alma errante

É o começo da disritimia profunda dos arcanjos

Delimitando a simetria complexa desse sentimento.

Trovões ecoam nesse corpo vazio de ilusões

Derramando o cálice amargo do vinho da solidão

Apaga-se na escrivaninha um resto de cera e cordão

Escurece o canto vazio na sala neste turbilhão.

A pena não mas toca a fina folha de papel branco

Parece que roubaram as palavras escritas

Farrapos de sentimento dispersados em conversas

Formando diálogos melancólicos e sombrios...

Fazem-me tocar as paredes frias a escuridão dos dias

E estonteante essa maneira desarmonizada de amar

As fotos amareladas pelo tempo, os livros guadardos,

Queixo-me ao carrasco sem respostas alguma.

Castram-se as vaidades dos moços que sonham

A nudez do espírito frágil, corredores de portas vazias

O cair da chuva no telhado recordam amores vividos

O cair da noite traz novos fantasmas que passam...

Libertando de si mesmo e voltando a realidade

Os ponteiros do velho relógio estão cada dia mas rápido

Transparecem as lagrimas do amor que ainda sangra

Volto ao corpo caído no chão, eu mesmo...