VIVER DE COISAS ROUBADAS OU PARA SEMPRE PERDIDAS

Como um rato

eu soube

aproveitar o que poderia

ter sido desperdiçado

por todos

-- pela consumação comum da raça

em sua vida

COMUM,

entretanto

só hoje pude notar a verdadeira beleza

ausente em todas as coisas

ao abrir a boca pela manhã

e dizer a primeira palavra exclamando

um desacordo com a desilusão:

“MERDA, SUA VADIA”.

Eu podia ter colocado a

boca no mundo na janela e gritado

a todos de modo claro

mas todos não conheceriam

jamais

a essência de tal frase,

liquidada em si, então

eu iniciei meu dia longo,

sujo,

bandido,

digno de um ladrão

e logo fechei a boca

como se fecha um

arquivo

corrompido

exposto numa folha qualquer.

Leo Linares

21 de novembro de 2005

Leo Linares
Enviado por Leo Linares em 23/11/2005
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