Sabor.

É fatalidade essa cegueira objetiva

Que nos forma e é pacífica por natureza,

Em convite que nos ameaça a cama

Na postura de uma devassa súplica,

Esse gosto de prazer animal

Em gozo espontâneo de perfumes,

Aromas de pureza e deleites,

Em grama de um colchão.

Poesia de sentimentos encostados

Nas encostas de relvas construídas

Em noites de beijos mansos,

Sabor de cereja em calda.

É estalo de quietude em sexos sedentos,

Reflexos no lago de êxtase com rumo certo,

Devido ao calor gerado

Por entranhas a realizar o desejo.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 23/03/2005
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