A que vem borbulhosa?

Está aqui espuma dos mares a guiar-se na impaciência e sopro dos deuses. A que vem borbulhosa?

És também tu, mendigo, concebido nos nãos e olhares ao chão, a traçar um caminho pelo choro dos anjos.

Afogam-se agora estranhos solitários nas lágrimas vertidas de sangue. Que mar vermelho é este?

E as espumas? A... as espumas – a dançar pela inquietude dos estômagos e rostos perdidos, permanecem espumas a borbulhar.

Esperança? Sim. De que um dia o vermelho do oceano renasça nas cores do amor, sejam elas quais for.

Vermelhas cinzas, azuis ou... quem sabe borbulhosas?

Thiago Castro
Enviado por Thiago Castro em 23/11/2005
Reeditado em 24/11/2005
Código do texto: T75460