A que vem borbulhosa?
Está aqui espuma dos mares a guiar-se na impaciência e sopro dos deuses. A que vem borbulhosa?
És também tu, mendigo, concebido nos nãos e olhares ao chão, a traçar um caminho pelo choro dos anjos.
Afogam-se agora estranhos solitários nas lágrimas vertidas de sangue. Que mar vermelho é este?
E as espumas? A... as espumas – a dançar pela inquietude dos estômagos e rostos perdidos, permanecem espumas a borbulhar.
Esperança? Sim. De que um dia o vermelho do oceano renasça nas cores do amor, sejam elas quais for.
Vermelhas cinzas, azuis ou... quem sabe borbulhosas?