Onde o tédio é não haver tédio

Dessa cidade

fica a sabedoria

de saber que as ruas são sempre ruas

como as coisas

não são alegres

ou tristes

e o andar

é sempre

o andar

nas ruas

onde homens espancam homens

que choram, sorriem

como em todas as cidades do mundo

- a banalidade das horas -

onde a paz não é

a paz

assim como

o amor

é o amor que nunca existe,

mas também não há a certeza disto:

a sorte é

o tédio

ser algo que depende muito

de quem o vê,

porque ele não é algo que

existe, no latente,

é que a mente do homem

sempre é suja

como o dia que começa a nascer

ou deixar de existir.

Leo Linares
Enviado por Leo Linares em 26/11/2005
Reeditado em 27/07/2011
Código do texto: T76642