Onde o tédio é não haver tédio
Dessa cidade
fica a sabedoria
de saber que as ruas são sempre ruas
como as coisas
não são alegres
ou tristes
e o andar
é sempre
o andar
nas ruas
onde homens espancam homens
que choram, sorriem
como em todas as cidades do mundo
- a banalidade das horas -
onde a paz não é
a paz
assim como
o amor
é o amor que nunca existe,
mas também não há a certeza disto:
a sorte é
o tédio
ser algo que depende muito
de quem o vê,
porque ele não é algo que
existe, no latente,
é que a mente do homem
sempre é suja
como o dia que começa a nascer
ou deixar de existir.